O Banco BIC Portugal não deverá devolver ao Estado parte dos créditos do BPN que tem em carteira, como permite o contrato assinado em Março, disse Mira Amaral.
"Até ao momento, a carteira de crédito seleccionada não se comportou de molde a esgotar as provisões constituídas e antecipamos que, até ao dia 09 de Dezembro, tal seja pouco provável", afirmou Mira Amaral, presidente do Banco BIC Portugal, à Lusa.
O Governo concluiu no final de Março a venda do BPN ao BIC por 40 milhões de euros, tendo a instituição liderada por Mira Amaral seleccionado a carteira de crédito entre as várias instituições do universo do banco nacionalizado em 2008.
Segundo o contrato, o banco pode, até 09 de Dezembro deste ano, devolver crédito em incumprimento ao Estado, caso este super o valor coberto pelas provisões que o BIC efectuou.
"Temos uma carteira de crédito coberta por provisões que consideramos adequadas. Mas, num caso extremo em que se esgote as provisões inicialmente constituídas, temos a possibilidade de vender crédito em incumprimento com um desconto equivalente ao rácio 'core tier 1' de cerca de 16%", explicou em Março o vice-presidente do BIC, Jaime Pereira.
Na mesma altura, o responsável disse que a carteira de crédito foi "muito seleccionada", mas adiantou que não é "isenta de risco".
De acordo com a informação agora prestada à Lusa por Mira Amaral, tal não deverá acontecer, já que o crédito em incumprimento não deverá esgotar as provisões existentes.
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